domingo, 26 de dezembro de 2010

MONTEIRO LOBATO.

Depois de passar pela corte portuguesa, pela guerra dos quadrinhos, por empinadores de pipas, pelos bruxos meninos e por vampiros bem apessoados, voltei ao velho e grande amor: os livros infantis de Monteiro Lobato.
Depois de muitos e muitos anos, o texto ainda me encanta e surpreende.
Como não tenho problema com a diferença de linguagem (vivi e falei o português do Sítio do Picapau), estou fazendo uma gostosa releitura.
Para tanto, em vez de sair catando os livros da minha infância pelas estantes, aproveitei que já fizeram isso: em 1982, a Editora Brasiliense publicou a obra infantil completa de Lobato, por ocasião do centenário do seu nascimento. E tem sido uma delícia reler e "rever" as traquinagens da turminha da Emília. Iluminadas pela inteligência, argúcia, ousadia do polêmico escritor.
Mas o livrão – um tijolo – não tem somente os contos. Tem muito da história da vida de Lobato e, para minha satisfação pessoal, tudo sobre todos os ilustradores da sua obra.
Daí me lembro que depois dos gibis, quando estes não me satisfaziam mais a fome intelectual, foram os livros de Monteiro Lobato que alicerçaram meu caminho rumo à literatura global.... Que me transformaram em um leitor compulsivo.

Como considero "Os Trabalhos de Hércules" o momento maior das obras infantis de Lobato (seu último trabalho no gênero), recomecei a ler o autor a partir desse "grand finale". E reaprendo Grécia clássica, seus escultores, seus filósofos, mitologia, com o tempero sem cerimônia da turminha da Emília. Dela, principalmente.
Em seguida voltarei para os outros livros, enfeixados na edição especial. Até chegar na origem do sítio: As Reinações de Narizinho.
Depois dos bruxos e dos vampiros de outros autores lá de longe, vou de assombrações bem caboclas, como as que já me assustavam mesmo antes de ler Lobato, trazidas pelas histórias contadas pela minha vó Dita.
Quer sentir Brasil na linguagem pura e sem cerimônia de algum tempo atrás? Tire seu Lobato da estante e refastele-se.
Conheça – ou reconheça – o escritor destemido de uma época turbulenta da nossa história política. Admire-se com sua antevisão do futuro, brigando pelo aço e pelo petróleo antes destes existirem no país, e perceba que durante essa guerra que travava contra o atraso, semeava ideias e livros para as crianças. Os melhores de todos os tempos.
Delícia reler e reencontrar a turma da Emília.
Lobato não morre.

 - Mauricio de Souza ( 13 de abril de 2010) -
Fonte: http://www.monica.com.br/index.htm

7 comentários:

  1. Magnífica postagem, Silvana!
    Monteiro Lobato: dispensa comentário!
    E ainda, em considerações de Maurício de Souza...
    Adorei, querida!
    Abraço da
    Zélia

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  2. Oi, Silvana. Que bom que você recorda Lobato através das palavras do Maurício de Souza. Amava estes livros quando criança - meu pai me dava livros de presente! -, em especial A Gramática da Emília, como também lia voluptuosamente os quadrinhos de Luluzinha e Bolinha, os livros que contavam as aventuras de Arsène Lupin e muitos outros. Tempos deliciosos. Beijos, Angela

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  3. .

    Estou acompanhando o seu BLOG e ficaria
    muito honrado se você seguisse o meu...

    silvioafonso




    .

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  4. Amo poesias do Monteiro Lobato !.

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  5. Gosto de poesias tenho 10 anos,eu gosto de poesias de Gabriel Pensedor,Monteiro Lobato e etc e é muito legal!

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  6. adorei e me ajudou muito.

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