segunda-feira, 13 de setembro de 2010

VELHA ANEDOTA.


Tertuliano, frívolo peralta,
Que foi um paspalhão desde fedelho,
Tipo incapaz de dar um bom conselho,
Tipo, morto, não faria falta.;

Lá um dia deixou de andar à malta,
E indo à casa do pai, honrado velho,
A sós na sala, em frente de um espelho,
À própria imagem disse em voz bem alta:

-Tertuliano, és um rapaz formoso!
És simpático, és rico, és talentoso!
Que mais no mundo se faz preciso?

Penetrando na sala, o pai sisudo
Que por trás da cortina ouvira tudo,
Severamente respondeu: - Juízo!


- Artur Azevedo -
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Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo (São Luís, 7 de julho de 1855 — Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1908), foi um dramaturgo, poeta, contista e jornalista brasileiro.
Em 1871 escreveu uma série de poemas satíricos sobre as pessoas de São Luís, perdendo o emprego de amanuense (copista de textos à mão).
Seguiu para o Rio (1873), onde foi tradutor de folhetins e revisor de "A Reforma", tornando-se conhecido por seus versos humorísticos. Escrevendo para o teatro , alcançou enorme sucesso com as peças "Véspera de Reis" e "A Capital Federal". Fundou a revista "Vida Moderna", onde suas crônicas eram muito populares.
Artur de Azevedo, prosseguindo a obra de Martins Pena, consolidou a comédia de costumes brasileira, sendo no país o principal autor do Teatro de revista, em sua primeira fase. Sua atividade jornalística foi intensa, devendo-se a ele a publicação de uma série de revistas, especializadas, além da fundação de alguns jornais cariocas.

3 comentários:

  1. Para o século XXI formosura e riqueza são suficientes. boa semana

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  2. Na verdade poesia humorística, que é muito raro ver-se. Dizem alguns que para a poesia sair bela, terá o espírito de estar amargurado. Ora aqui está um exemplo que desmente essa teoria.
    Gostei imenso da nota biográfica.
    Muitos parabéns pelo seu espaço, Contribui, decerto, para a divulgação da cultura brasileira.
    Uma boa semana.

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