sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A HÓSPEDE.




A Hóspede

“Não precisa bater quando chegares.
Toma a chave de ferro que encontrares
sobre o pilar, ao lado da cancela,
e abre com ela
a porta baixa, antiga e silenciosa.
Entra. Aí tens a poltrona, o livro, a rosa,
o cântaro de barro e o pão de trigo.
O cão amigo
pousará nos teus joelhos a cabeça.
Deixa que a noite, vagarosa, desça.
Cheiram a relva e sol, na arca e nos quartos,
os linhos fartos,
e cheira a lar o azeite da candeia.
Dorme. Sonha. Desperta. Da colméia
nasce a manhã de mel contra a janela.
Fecha a cancela
e vai. Há sol nos frutos dos pomares.
Não olhes para trás quando tomares
o caminho sonâmbulo que desce.
Caminha - e esquece”.

(Guilherme de Almeida )


3 comentários:

  1. Que beleza!
    Adorei.
    Lindo mesmo.

    Beijos

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  2. Parabéns pelo Blog. A poesia é o alimento da alma. Abraços.

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  3. Tão belas palavras. Que lindo poema. Vou copiá-lo para o colocar no meu blog. Claro que lhe farei referência :).
    Obrigada pela visita à minha mousse de maracujá.
    Fique bem.

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