sexta-feira, 23 de julho de 2010

A MORTE DOS OUTROS.

A morte alheia tem anedota
        que prende o morto ao dia-a-dia,
        que ainda o obriga a estar conosco
        já morto, ainda aniversaria.

        Só que não vamos pelo morto:
        Queremos ver a companheira,
        a mulher  com que agora vive;
        comprá-la, de alguma maneira.

        Dizer-lhe: do marido de hoje
        mais do que amigos: fomos manos;
        para que, amiga, salte um nome
        de seu preciso livro Quandos.

( João Cabral de Melo Neto)

8 comentários:

  1. Não conhecia este poema, embora aprecie muito o autor.

    Obrigada por mo dar a conhecer.

    L.B.

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  2. Querida amiga, sempre quando o problema é alheio se fazem piada, mas quando é conosco tudo muda de figura. Linda poesia...Beijocas tenha um lindo final de semana.

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  3. Minha querida Silvana
    Lindo poema...adorei.

    Beijinhos com carinho
    Sonhadora

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  4. Com a morte não há barganha, quando ela vem na busca, leva. Não há argumentos que a impeça, mesmo tentando sermos amigo e intimo dela ou daquele que ela já levara.Esta ai um livro que tem pagina com nome de todos.

    Omnia Vincit!

    Ótimo final de semana>

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  5. Olá boa noite, bonito este poema, também eu não conhecia
    Beijinho
    Bom fim de semana

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  6. Silvana

    Belo poema de Joâo Cabral de Melo Neto, boa opção tua a mostrar sensilidade poética.
    Gostei.
    Beijos

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  7. Querida Amiga, amo João cabral de melo Neto, belíssimo poema...Beijocas

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