domingo, 25 de abril de 2010

O ANIMAL DA FLORESTA.


De madeira lilás (ninguém me crê) 
se fez meu coração. Espécie escassa 
de cedro, pela cor e porque abriga
em seu âmago a morte que o ameaça. 
Madeira dói?, pergunta quem me vê 
os braços verdes, os olhos cheios de asas. 
Por mim responde a luz do amanhecer 
que recobre de escamas esmaltadas 
as águas densas que me deram raça 
e cantam nas raízes do meu ser. 
No crepúsculo estou da ribanceira 
entre as estrelas e o chão que me abençoa 
as nervuras. 
Já não faz mal que doa 
meu bravo coração de água e madeira.

 -  Thiago de Mello -

18 comentários:

  1. Maravilhoso poema. Uma conjugação perfeita entre as palavras e a natureza.

    Belo post.

    Um abraço, Ava.

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  2. "O silêncio, o que é o silêncio? perguntei ao mestre. - Uma floresta cheia de ruído."

    Abraço.

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  3. Floresta...cada árvore uma vida...tão intensa...tão linda... dividindo o espaço com a terra, água ...vento...com a luz do Sol...com a luz da Lua...belo poema...
    Tenha uma ótima semana!
    Beijos...
    Valéria

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  4. Floresta é vida, côr, cheiro e amor.
    Adoro vir aqui.
    Beijinhos

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  5. OLA SILVANA, MARAVILHOSO POEMA...GOSTEI MUITO...VOTOS DE UMA OPTIMA SEMANA!!!
    BEIJOS DE AMIZADE,


    SUSY

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  6. Conjugação entre a floresta, vida sussurrante.
    Entre as braças e os ramos se estendem e se compreendem vidas que nos passam quase despercebidas

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  7. Ah, mas só podia ser Thiago de Mello, eu logo vi que só podia se tratar de uma estrela de primeira grandeza do mundo poético. Adorei essa poesia. Belíssima!
    Vou até copiar, Silvana! Vou guardar nos meus arquivos de coisas que eu gosto.
    Obrigada por postar, pois eu não a conhecia.

    Beijos pra ti e boa semana.

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  8. Madeira lilás...ó...lembrei aqui do meu bloguinho roxo-violeta-lilás... Não conhecia o poema, que lindo que é!!!

    Beijos

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  9. Esse versejar com tema dando voz aos que não falam, é sempre muito lindo e as estórias sempre nos encantam.

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  10. Lindo poema Silvana, gosto muito de poemas que exaltam a natureza.
    Parabéns pela escolha.
    Grande abraço, boa semana!

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  11. CANTA CADERNINHO CANTA
    QUE À FLOR DA GARGANTA
    HÁ A DOÇURA DO MEL
    NA CRUEZA DA AVENTURA
    E O FIO QUE TECE AO FEL
    O TRAÇO CLARO DA TERNURA.

    CANTA CADERNINHO CANTA
    QUE OS SEUS MALES ESPANTA
    QUANDO AS VELAS DO MOINHO
    MOEM O BAGO DA UVA
    COM A MÓ DO CARINHO
    QUE SOPRA O SOL DA CHUVA

    E CONSTROI A MANHÃ
    COM GOTAS DE ROMÃ.

    nINGUÉM (jORGE mANUEL bRASIL mESQUITA)

    26/04/2010 - 13h57 - bIBLIOTECA nACIONAL

    ETPLURIBUSEPITAPHIUS.BLOGSPOT.COM

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  12. Poder de dá vida a natureza, ela que tanto faz parte de nós humanos....

    lindo poema!

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  13. Nós todos em nossa ideologia de sermos racionais, em verdade pouco sabemos de tudo que nos rodeia.
    De certo somos racionais, mas eternamente crianças para o todo que nos rodeia.

    Parabéns pela postagem!
    Ótima semana.

    Quem sabe poderíamos pensar mais em dar valor a tudo e a todos que tem vida, ao invés de valorizarmos o inanimado!

    Bjos!

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  14. Maravilhoso poema Silvana! Vou acompanhar o seu lindo blog. Beijos no seu coração, ;)
    http://arslitterayelizus.blogspot.com

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  15. Minha querida
    Lindo poema,adorei uma maravilha de belas palavras.

    beijinhos
    Sonhadora

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  16. Perfeita sua escolha Silvana! Lindo demais, poesia em cada letra...

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  17. Nunca pensei em meu coração assim, feito de água e madeira. E não é que é mesmo?
    Linda poesia, aliás, todo lindo esse caderno cheio delas.

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  18. silvana, hoje na prova de seleção, apareceu o poema - o animal da floresta - varias perguntas.... uma delas.... a "madeira lilás" traz em si a causa de sua propria morte? a minha resposta foi afirmativa, o q vc acha? e tb... no ultimo verso a referencia é a dois elementos naturais q participam do "bravo coração" do "animal da floresta" - eu tb confirmei, o q acha?

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