quinta-feira, 15 de abril de 2010

CHUVA INTERIOR.

"Quando saia de casa
percebeu que a chuva
soletrava
uma palavra sem nexo
na pedra da calçada.

Não percebeu
que percebia
que a chuva que chovia
não chovia
na rua por onde
andava.

Era a chuva
que trazia
de dentro de sua casa;
era a chuva
que molhava
o seu silêncio
molhado
na pedra que carregava.

Um silêncio
feito mina,
explosivo sem palavra,
quase um fio de conversa
no seu nexo de rotina
em cada esquina
que dobrava.

Fora de casa,
seco na calçada,
percebeu que percebia
no auge de sua raiva
que a chuva não mais chovia
nas águas que imaginava".

- Mario Chamie -


Aproveite e Visite:
http://www.silnunesprof.blogspot.com/

18 comentários:

  1. Um passear na calçada da alma, maravilhosamente expresso.

    Gostei imenso!

    L.B.

    ResponderExcluir
  2. Que poema mais lindo de Mario Chamie... que riqueza de palavras... chuva interior...chuva na alma...adorei...
    Beijos...

    ResponderExcluir
  3. Linda essa chuva cheia de percepções, cheia de vida e no mais íntimo!

    bjs

    ResponderExcluir
  4. É incrivél a forma com a qual podemos expressar as lágrimas que inundam a alma.
    São lágrimas retratadas como gotas de chuva.
    Quem dera as chuvas chovidas em nós fossem todas de verão, no entanto existem aquelas que perduram muito mais que uma breve estação.

    Meus sinceros parabéns pelo poema escolhido.

    Beijos!

    ResponderExcluir
  5. Nossa!

    Que sensibilidade poética postar esses poemas que mexem com o imaginário... Neste poema, o pleonasmo é "Arte", tudo ganha um significado especial.

    Fascinante!

    Chris Amag

    Silvana, tem um mimo para você no meu blog, passe lá para pegar, um selo da Chris Amag para os "Blogs Fascinantes"

    Ou copie e colo o endereço do link do selo abaixo:

    http://lh5.ggpht.com/_IXPFczrCUPA/S8UlDSqupZI/AAAAAAAAApg/mpTqiMspyzA/Selo_Chris_Amag.gif

    Bjs
    Chris

    ResponderExcluir
  6. Eu gostei demais desse poema.
    A chuva tem mesmo uma magia poética.
    Abraços

    ResponderExcluir
  7. eu queria tanto ler livros de poesia, mas na hora de comprar sempre acabo pegando algum romance
    muito bonito

    ResponderExcluir
  8. Belo, Silvana.
    Não conhecia.

    Obrigada pela partilha.
    Beijinhos

    ResponderExcluir
  9. Olá Silvana!
    Linda postagem,com um poema maravilhoso...
    Parabéns pela escolha!!!
    Beijinhos de carinho e amizade
    Lourenço

    ResponderExcluir
  10. Não conhecia este poema e fiquei encantado de o ler. A chuva interior que nos molha em molhos de lágrimas invisíveis.
    Muito boa escolha

    ResponderExcluir
  11. Os acontecimentos que nos atingem desagradavelmente, fazem isso com a gente...Raiva, e tanta que achamos estar fora de nós o que nos consome por dentro. Perfeita sua escolha, obrigada por dividir conosco.

    ResponderExcluir
  12. Por aqui ,vale a pena andar á chuva.

    Beijo.

    ResponderExcluir
  13. Silvana, belíssimo poema, não o conhecia e vou guardá-lo comigo, que adoro colecionar chuvas caídas em versos! Beijos

    ResponderExcluir
  14. Lindo poema. Essa chuva que nos molha mas também lava alma.

    ResponderExcluir
  15. Muito lindo este poema.

    A chuva que nos molha por dentro, a dor calada, a emoção sofucada...
    Adorei.
    Branca

    ResponderExcluir
  16. Maravilhoso poema!! Obrigada pela partilha Sil!!

    Ótimo final de semana!

    bjos =*

    ResponderExcluir