quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CEMITÉRIO PERNAMBUCANO ( NOSSA SENHORA DA LUZ).

"Nesta terra ninguém jaz,
pois também não jaz um rio
noutro rio, nem o mar
é cemitério de rios.

Nenhum dos mortos daqui
vem vestido de caixão.
Portanto, eles não se enterram,
são derramados no chão.

Vêm em redes de varandas
abertas ao sol e à chuva.
Trazem suas próprias moscas.
O chão lhes vai como luva.

Mortos ao ar-livre, que eram,
hoje à terra-livre estão.
São tão da terra que a terra
nem sente sua intrusão".

(João Cabral de Melo Neto)

2 comentários:

  1. Um abraço Sil !!
    É sempre muito bom visitar seu blog.
    Paz e bem.

    ResponderExcluir
  2. Boom , em minha escola está havendo um trabalho onde devemos fazer um comentário sobre este poema , acho ele um tanto dificil de ser compreendido!

    ResponderExcluir