( http://www.marciomelo.com/1999/1999.htm) |
Tu, ontem,
Na dança
Que cansa,
Voavas
Co'as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena
De mim!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
— Eu vi!...
Valsavas:
— Teus belos
Cabelos,
Já soltos,
Revoltos,
Saltavam,
Voavam,
Brincavam
No colo
Que é meu;
E os olhos
Escuros
Tão puros,
Os olhos
Perjuros
Volvias,
Tremias,
Sorrias,
P'ra outro
Não eu!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
— Eu vi!...
Meu Deus!
Eras bela
Donzela,
Valsando,
Sorrindo,
Fugindo,
Qual silfo
Risonho
Que em sonho
Nos vem!
Mas esse
Sorriso
Tão liso
Que tinhas
Nos lábios
De rosa,
Formosa,
Tu davas,
Mandavas
A quem ?!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas,..
— Eu vi!...
Calado,
Sozinho,
Mesquinho,
Em zelos
Ardendo,
Eu vi-te
Correndo
Tão falsa
Na valsa
Veloz!
Eu triste
Vi tudo!
Mas mudo
Não tive
Nas galas
Das salas,
Nem falas,
Nem cantos,
Nem prantos,
Nem voz!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues
Não mintas...
— Eu vi!
Na valsa
Cansaste;
Ficaste
Prostrada,
Turbada!
Pensavas,
Cismavas,
E estavas
Tão pálida
Então;
Qual pálida
Rosa
Mimosa
No vale
Do vento
Cruento
Batida,
Caída
Sem vida.
No chão!
Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
Eu vi!
- Casimiro de Abreu -
Olá querida, linda poesia de Casimiro Abreu, não conhecia. Obrigado por partilhares conosco.
ResponderExcluirTem um bom fim de semana.
Bjs
Linnnnnnnnnnnnda a valsa, linda poesia!
ResponderExcluirQuerida amiga, também não conhecia essa poesia, maravilhosa...Beijocas
ResponderExcluirMinha querida Silvana
ResponderExcluirComo sempre um belo poema.Adorei.
Beijinhos
Sonhadora
Não conhecia e fiquei encantando com esta valsa de palavras que entre si se conjugam numa dança perfeita
ResponderExcluirNão conhecia, mas traz bem a cadência da valsa: lindo!
ResponderExcluirBeijos
Nos apresenta doces
ResponderExcluirgiros elegantes de
Casimiro de Abreu!
Um beijo e um lindo dia!
Bem vinda, Silvana! Amo poesia também. Já agora visita(em):
ResponderExcluirhttp://bioterra.blogspot.com/search/label/Poesia
e
Meu dossiê
http://bioterra.blogspot.com/2007/03/dossier-ea-e-poesia-poesia.html
Beijinhos
P.S. Te sigo;))
Obrigado pela passagem lá no Serra de Minas. Já fazia bem tempo que vc não aparecia.
ResponderExcluirBom fim de semana
Bj
Grandes nomes sempre presentes por aqui.
ResponderExcluirQuem dera se todos pudessem dançar uma linda valsa pelo menos uma única vez...
Grande beijinho
olá querida amiga
ResponderExcluireu já conhecia obrigado por postar..
beijos no seu coraçâo!!
Um poema com uma métrica excelente. Não o consegui ler de outra forma que não fosse rapidamente. O poeta tem pressa em dizer o que tem para dizer. Lindo!
ResponderExcluirBriosas saudações
Mas bah , deu até para imaginar o vai-e-vem da valsa . Lindissimo o post !
ResponderExcluirParabéns e bjs sulinos !
Bravo!!!
ResponderExcluirCasimiro de Abreu soube, com maestria, parafrasear Gonçalves Dia na IV parte de I-Juca-Pirama. É uma cadência gostosa que, mesmo longa, ninguém se cansa de ler e de ouvir.
Obrigada Pela simpática visita.
Parabéns pelo seu cantinho acolhedor.
Bom domingo
Marineide
http://marciagrega.blogspot.com
Inspirou o meu blog.Parabéns
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